Dostoiévski e a Culpa.
Pegando um gancho em ”Crime e Castigo” (livro do Dostoiévski) e refletindo sobre a culpa. Ela emerge da violação e da transgressão. Perceber que transpassou valores pessoais, morais ou éticos, faz brotar no indivíduo uma emoção complexa e multifacetada. A existência de um “ser ideal” promove a comparação que leva o sujeito a notar o abismo entre o que foi feito, e o que de fato “deveria” fazer. A partir dessa percepção, o sujeito se responsabiliza, e em sequência começa a experimentar: tristeza, vergonha, ansiedade, remorso, arrependimento, autocrítica e etc. A culpa pode ser importante para auxiliar o indivíduo a modificar condutas ruins através da reparação do erro. Mas, quando exarcebada, promove baixa autoestima, ansiedade, tristeza e muito mais. Assim como outras emoções, a culpa é inerente a nossa raça, por tanto é interessante buscar a compreensão sobre o evento que gerou a emoção (O que aconteceu? Como eu percebi esse fato que manifestou essa culpa?). Qual a percepção que eu tenho da culpa (O que sinto? Onde dói? Como experimento essa emoção? Ela se parece com outra emoção experimentada antes?). Observar e analisar como se formou valores, crenças e conceitos ao longo da vida, investigando a existência de experiências parecidas ou semelhantes, é um ótimo auxílio para a diagnosticar a culpa excessiva e paralisante, além de promover a reflexão sobre estes mesmos valores, dogmas e conceitos. Aceite a responsabilidade (eu recomendo), mas aprenda a distinguir entre a culpa de reparação e a culpa paralisante. Promova mudanças para não repetir os mesmos padrões que geram sofrimento. Cordialmente, Douglas Ramos.
Comentários
Postar um comentário