Sísifo e a Repetição na Vida Moderna.

Imagina ser forçado a fazer um trabalho inútil e repetitivo, por toda eternidade? Realizar e se sentir incompleto, enxergar a rotina sem sentido algum?

Rolar uma pedra pesadíssima montanha acima e, ao se aproximar do topo, vê-lá rolar novamente para a base. E agora? Resta repetir, repetir e repetir para sempre… esse é o castigo que Sísifo recebeu dos deuses, como consequências das suas travessuras. 

Sísifo, na interpretação de Camus, é tocado pelo absurdo da vida. O que impressiona neste quadro? Sísifo não age passivamente. Ele encara sua luta árdua e busca o sentido naquilo que faz, por mais repetitivo que seja. 

Esse é um dos desafios do homem moderno: encontrar o sentido em mundo que promove o vazio. Encontrar simbologia e significado em um ambiente que insiste em nos esvaziar de sentido. E neste ponto a mentalidade de Camus pode nos auxiliar, quando encaramos as atividades repetitivas (o absurdo da vida) como uma oportunidade para a criação, inovação, autonomia e busca de sentido. 

O trabalho de Sísifo parece ser insuportável, mas psicologicamente é possível imaginar-ló feliz! Ele encontrou um sentido em sua luta. 

Sísifo torna-se mais consciente, concentrado na sua capacidade de ressignificar em meio ao absurdo. Sísifo não consegue evitar a repetição, mas consegue buscar o sentido, e promover mais leveza naquilo que faz. Sísifo luta para não ceder a dor psicológica. O embate de Sísifo é para continuar promovendo alegria e bem estar, mesmo diante do absurdo. 

Cordialmente, Douglas Ramos.

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